domingo, 25 de setembro de 2011

Quando eu for para a Espanha


“Quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia”. (Romanos 15:24)
Quem não gosta de fazer planos? É através deles que nossos sonhos se materializam e por meio deles conseguimos concretizar as metas que planejamos sejam em todas as esferas de nossas vidas (financeira, sentimental, profissional, etc.).
Entretanto, vemos no capítulo 15 de Romanos o Apóstolo Paulo, ou simplesmente São Paulo, como muitos o conhecem, fazendo planos para ir evangelizar a Espanha.
Paulo era conhecido como o apóstolo fora de época. Escritores o chamam de apóstolo temporão. Ele teve o seu encontro com Jesus, a caminho de Damasco, quando intentava contra a vida dos cristãos. Após sua conversão, a Igreja se projetou para além dos limites de Israel, cumprindo o “Ide” de Jesus aos gentios. Paulo já havia feito algumas viagens missionárias, onde havia sofrido toda a sorte de prisões, castigos e pelejas pela fé que propagava.



Mas, agora, escrevendo aos cristãos em Roma, ele externa a todos o seu intento de levar a Palavra de Deus à Espanha. Era seu desejo levar a mensagem ao país, mas sabemos que ele não chegou lá; muito pelo contrário, foi lançado à prisão em Roma, onde permaneceu até sua morte.  
Lendo uma passagem dessas, fico imaginando: existe tarefa mais nobre do que levar a Palavra de Deus a toda a criatura? A motivação de Paulo não era correta? Paulo tinha esse desejo e esse desejo era bom; mas Deus tinha outros planos.
Na prisão em Roma e sem nenhuma perspectiva quanto à sua soltura, em vez de se lamentar e posteriormente murmurar, Paulo, sob inspiração do Espírito Santo, resolve escrever algumas epístolas (cartas) para as Igrejas ao qual estabelecera. Na epístola do Filipenses, Paulo falara sob a alegria de viver com Cristo; aos Colossenses, a supremacia de Cristo; aos Efésios, Cristo e Sua Igreja e ao cristão Filemon, sob a o perdão e a misericórdia que deve existir entre os cristãos.
Talvez você já esteve como um rojão rumo a Espanha, ou da Faculdade, ou do casamento, ou da promoção no trabalho, etc. Então ao invés da alegria de vencer o vestibular, veio a decepção da reprovação, ao invés do casamento, o divórcio, ao invés da promoção, o desemprego. De repente os sonhos se transformaram em pesadelo, mesmo sabendo que o seu intento, era glorificar a Deus através de suas conquistas.
O segredo de tudo, por mais difícil que seja, é saber trabalhar essas frustrações. Paulo não chegou à Espanha, Mas através dessas cartas (Filipenses, Colossenses, Efésios e Filemon) ele chegou a alcançar muito mais gente, inclusive eu e você. Não temos uma epístola de Paulo ao Espanhóis, mas temos quatro cartas de Paulo para toda a humanidade ao longo dos séculos.
Sua situação pode não ser a que você planejou, mas lembre-se que Deus tem os seus planos e continua e sempre continuará do seu lado, afinal diz a palavra dEle através do Profeta Isaías: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR”. (Isaías 55:8).

sábado, 24 de setembro de 2011

Adeus, Lo Debar! (¡Adiós Lodebar!)


Uma das passagens que para mim, lembra da plena revelação da graça de Deus dada aos homens ainda no Velho Testamento, certamente é história de Mefibosete, filho de Jônatas, neto de Saul.
Conta a Palavra de Deus, que logo após Davi ter sido ungido por Samuel para reinar sobre Israel, ainda havia algo que o impedia de usufruir as promessas de Deus: o próprio Saul. Entretanto, Davi soube superar todas as suas provações, respeitando o seu chamado, pois por mais distante que Saul estava dos caminhos de Deus, ele ainda era um de seus ungidos. E por coincidências da vida, em meio a perseguições, Davi conheceu Jônatas, filho de Saul e se tornaram grandes amigos.
Entretanto, após a morte de Saul e de seu filho Jônatas (leia a história completa deles, a partir de 1ª Samuel capítulo 9), houve em Israel um relativo período de paz, reestruturação e implementação do reinado de Davi; porém, em suas andanças sobre o Palácio Real, Davi se lembra da promessa feita a Jônatas, filho de Saul e melhor amigo dele, de que “jamais deixaria de ser leal à minha família” (1ª Samuel capítulo 20:1-15).
Para Davi, um acordo, uma promessa, não era coisa pequena: ele viu a fidelidade de Deus sobre tudo o que Ele havia prometido em sua vida – Davi matou Golias, escapou de Saul, acabou com os amalequitas que roubaram as suas famílias no vale de Besor, dentre outras experiências da fidelidade de Deus sobre sua vida.
Davi chega a Ziba, ex-funcionário de Saul, e diz: “Ainda há um descendente de Saul?”, pelo que Ziba responde: “Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés” (2ª Samuel 9:3). “Aleijado de ambos os pés” – em outras palavras, “Você quer um cidadão desses no Palácio Real”?

Conta a história que, com a notícia da morte de Saul e Jônatas, uma criada, no intuito de proteger a descendência de seu patrões, resolveu fugir com Mefibosete para Lo Debar e, na fuga, sofreu uma queda que desencadeou a sua deficiência em ambos os pés.
Lo Debar significa “sem pasto”.
Agora, imaginem a situação de Mefibosete:
- Nasceu como herdeiro ao trono;
- Vitimado por uma queda;
- Paralítico, numa cidade estranha, onde vivia sob constante ameaça de morte.
Davi promete bênçãos a Ziba, por ter encontrado alguém da família de Jônatas, aonde ele poderia externar a sua gratidão e o juramento feito ao seu grande amigo.
Mefibosete, ao chegar no Palácio Real se prostra diante de Davi que diz: “Não temas, porque decerto usarei contigo de benevolência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu sempre comerás pão à minha mesa”. (2ª Samuel 9:7)

Adeus Lo Debar. Olá realeza! Comerás todos os dias de sua vida na mesa do rei.
Davi poderia ter pagado uma pensão para Mefibosete. Entretanto, ele preferiu dar um lugar à sua mesa para o filho de seu grande amigo.
Mefibosete Convenceu / Impressionou / Coagiu Davi? Mefibosete NÃO FEZ NADA.
Uma PROMESSA motivou Davi. O rei é bom, não por causa do moço, mas porque a promessa é eterna.
15 anos após surge a insurreição de Absalão (leia post “Absalão e Davi”). Davi foge do Palácio Real com seus amigos mais fiéis. Quem vai com ele? Mefibosete? (ah! Errou...) ZIBA.
Mefibosete fica. Ziba diz que ele ficou do lado de Absalão
A guerra acaba. Davi volta ao Palácio Real, olha no “olho a olho” para Mefibosete e pergunta: “Porque você não foi comigo?” Pelo que ele responde: “Não havia ninguém ara me colocar no jumento”.
Davi não se importa com quem está mentindo. Não faz nenhuma careação entre Ziba e Mefibosete.
Se Mefibosete mente, ele fica.
Se Mefibosete diz a verdade, ele fica.
Seu lugar no Palácio Real não depende de seu comportamento, mas sim de uma promessa feita há décadas atrás.
Mefibosete e nós
Assim somos nós: não fizemos nada para merecemos tanto (o perdão e o amor de Deus para nossas vidas – amor esse que levou a seu único filho morrer por mim e por você na cruz do Calvário). Nosso Deus é o exemplo maior de fidelidade a seguir.
Esteja com Ele. Espere com paciência nEle. Ainda que estejas num lugar sem perspectivas e, acima de tudo estagnado, lembre-se que Lo Debar jamais será um lugar eterno, pois as promessas de Deus na Bíblia são lembranças vivas de que você jamais estará sozinho.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Trecho de C. S. Lewis



“O fato é que, se levarmos em consideração as clamorosas promessas de recompensa e a natureza instigante dessas recompensas prometidas nos evangelhos, ficaremos com a impressão de que nosso Senhor considera os desejos que temos não intensos, mas pobres demais. Somos criaturas monótonas que se divertem com bebida, sexo e ambição, enquanto alegria sem fim nos é oferecida, a exemplo de uma criança sem conhecimento que deseja continuar a fazer bolinhos de barro em uma favela, simplesmente porque não tem idéia do que significa a proposta de passar um feriado na praia. Somos criaturas que se contentam com muito pouco”.

(C. S. Lewis, The Weight of Glory and Other Addresses, publicado no Brasil por Edições Vida Nova, sob o título Peso de glória)